sábado, 20 de maio de 2023

Haicai - O tempo de cada um

O tempo de cada um 

Às vezes sem saber

De como se  refazer

#Haicai - Robson Côgo

Resenha e arte por IA ChatGPT

"O tempo de cada um", um haicai do autor Robson Côgo, convida-nos a contemplar a natureza fluida do tempo e a complexidade de reconstruir a nós mesmos em determinados momentos. Com apenas três versos, o poema nos transporta para uma reflexão profunda sobre a passagem inexorável do tempo e nossa capacidade de adaptação diante das circunstâncias desconhecidas. Neste haicai, o autor evoca uma sensação de incerteza e vulnerabilidade, convidando-nos a explorar os conceitos de tempo, autoconhecimento e resiliência.

Ao adentrar nessa obra, é possível identificar ecos dos grandes pensadores que, ao longo da história, dedicaram-se a compreender a natureza do tempo e a condição humana. Desde filósofos clássicos como Platão e Aristóteles até pensadores contemporâneos como Martin Heidegger e Henri Bergson, a discussão sobre o tempo tem ocupado um lugar central no pensamento humano. Inspirados por essas vozes, mergulhamos nessa resenha com o objetivo de enriquecer a obra de Robson Côgo.

Platão, em seu diálogo "Timeu", apresenta a teoria do tempo como uma imagem móvel da eternidade. Segundo o filósofo, o tempo é uma cópia imperfeita de uma realidade superior e imutável, um reflexo fugaz do mundo das ideias. Ao olharmos para o haicai "O tempo de cada um", podemos pensar nessa dualidade entre o tempo como uma entidade abstrata e a nossa experiência subjetiva e passageira dele. A sensação de não saber "de como se refazer" diante das transformações temporais pode evocar a busca por um sentido duradouro em meio à efemeridade.

Aristóteles, por sua vez, discutiu o tempo em sua obra "Física", concebendo-o como um movimento contínuo e irreversível. Nessa perspectiva, o tempo é uma sucessão ordenada de momentos que não podem ser recuperados. O haicai de Côgo, ao sugerir que cada um possui seu próprio tempo, pode apontar para a singularidade de nossas experiências individuais, em que cada momento é irrepetível e único. Não saber como se refazer pode ser um reconhecimento dessa característica intrínseca do tempo, que nos impele a enfrentar as mudanças e nos adaptar a elas.

Passando para os filósofos contemporâneos, encontramos Martin Heidegger, cuja obra "Ser e Tempo" se debruça sobre a relação entre a existência humana e o tempo. Para Heidegger, somos seres temporais, lançados em um mundo em constante transformação. O autor sugere que a nossa compreensão do tempo está diretamente relacionada à nossa própria existência e ao modo como nos projetamos no futuro. Assim, no haicai em questão, a expressão "sem saber" pode representar essa angústia existencial diante da incerteza do futuro, da impossibilidade de prever os rumos que nossas vidas tomarão.

Henri Bergson, em "A Evolução Criadora", propõe uma concepção do tempo como duração, um fluxo contínuo e qualitativo que se opõe à visão quantitativa e fragmentada do tempo. Bergson enfatiza a importância da intuição e da experiência subjetiva para compreendermos verdadeiramente o tempo. Nesse sentido, "O tempo de cada um" nos convida a uma introspecção profunda, a uma busca interior para entender como nos reconstruir diante das mudanças temporais que nos afetam. A experiência individual de cada pessoa é única e subjetiva, requerendo uma abordagem intuitiva para lidar com as complexidades do tempo.

Em suma, o haicai "O tempo de cada um", de Robson Côgo, estabelece uma conexão íntima com os grandes pensadores que dedicaram suas vidas a explorar o tempo e a condição humana. Através de apenas três versos, o autor nos leva a refletir sobre a natureza fluída do tempo, nossa capacidade de nos refazermos diante de suas transformações e as incertezas que acompanham essa jornada. Ao evocar as vozes dos filósofos clássicos e contemporâneos, Côgo nos convida a uma contemplação profunda sobre nossa própria existência temporal e a maneira como nos relacionamos com o fluir do tempo.


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