O azougue dos versos
A cata de palavras
#Haicai - Robson Côgo
O haicai "Do poeta é a lavra" é uma obra do autor brasileiro Robson Cogo, que traz em poucas palavras uma reflexão sobre o trabalho do poeta na busca por palavras e na criação de versos. Em apenas três linhas, o poema apresenta uma ideia concisa e profunda, que convida o leitor a refletir sobre a importância do processo criativo na poesia.
A primeira linha do haicai, "Do poeta é a lavra", traz uma metáfora que sugere a ideia de que a criação poética é como uma atividade agrícola, em que o poeta é o lavrador que trabalha a terra para plantar suas ideias e colher seus versos. A palavra "lavra" é utilizada aqui com o sentido de trabalho no campo, mas também pode ser interpretada como a ação de extrair algo precioso da terra, o que reforça a ideia da poesia como um processo de criação que exige esforço e dedicação.
Na segunda linha, "O azougue dos versos", o autor utiliza outra metáfora para descrever a busca incessante do poeta por palavras e imagens que possam expressar suas ideias. O termo "azougue" pode ser entendido como um metal líquido usado antigamente na fabricação de espelhos, e aqui é utilizado para representar a fluidez e a maleabilidade da linguagem poética. Os "versos" são a matéria-prima com a qual o poeta trabalha, e a imagem do azougue sugere que esses versos podem ser moldados e transformados para atingir a forma desejada.
Por fim, na terceira linha, o haicai traz a imagem da "cata de palavras", que sugere a ideia de que o poeta está constantemente à procura de novas palavras e ideias para enriquecer seus versos. A palavra "cata" remete à ideia de busca, mas também pode ser entendida como uma referência à atividade de garimpar ou minerar, o que reforça a ideia da poesia como um trabalho árduo e persistente.
No conjunto, o haicai "Do poeta é a lavra" apresenta uma reflexão sobre a natureza do trabalho poético, mostrando que a criação de versos exige uma atividade constante de busca e de aprimoramento da linguagem. O poema sugere que o poeta é um trabalhador da palavra, que trabalha a terra da linguagem para extrair dela o melhor que pode oferecer.
Além disso, é interessante notar como o haicai utiliza recursos poéticos para transmitir sua mensagem. As metáforas e as imagens presentes no poema são uma forma de enriquecer a linguagem e de tornar a mensagem mais impactante para o leitor. A escolha de palavras simples e concisas, típica do haicai, também contribui para a clareza da mensagem.
Outro aspecto relevante do haicai é sua estrutura formal, que segue as regras tradicionais do gênero: três linhas, com a primeira e a terceira contendo cinco sílabas e a segunda contendo sete sílabas. Essa estrutura rígida pode parecer limitante, mas na verdade é um desafio para o poeta, que precisa encontrar maneiras criativas de expressar suas ideias dentro dessas limitações formais. O haicai, assim como outros gêneros poéticos, possui suas próprias regras e tradições, que podem ser vistas como uma forma de incentivar a criatividade e a originalidade dentro de um formato preestabelecido.
Por fim, vale destacar que o haicai é um gênero poético de origem japonesa, que se popularizou no ocidente a partir do século XX. A forma curta e concisa do haicai, aliada à sua estrutura formal e ao uso de imagens e metáforas, tornou-se uma referência para poetas de todo o mundo, que encontraram nesse gênero uma forma de expressar suas ideias de maneira simples e impactante.
No caso do haicai "Do poeta é a lavra", o autor Robson Cogo apresenta uma reflexão sobre o trabalho do poeta na busca por palavras e na criação de versos. Em poucas palavras, o poema traz imagens fortes e significativas, que convidam o leitor a refletir sobre a natureza da poesia e do processo criativo. Com sua estrutura formal e seus recursos poéticos, o haicai demonstra a capacidade da poesia de transmitir ideias complexas de maneira simples e impactante.
Arte; France Michaud
Resenha por IA
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