
O melaço do bagaço
E leite queimado me faço
#Haicai - Robson Côgo
O poema haicai "Do mel do chocolate" de Robson Cogo é um belo exemplo de como a simplicidade pode ser expressiva. Com apenas três versos, o autor consegue transmitir uma imagem sensorial rica e complexa. O poema é uma espécie de ode à doçura e aos prazeres da vida, uma celebração dos pequenos momentos que trazem felicidade.
O haicai é uma forma poética tradicional japonesa que consiste em três versos. É uma forma breve, concisa e contemplativa, que busca capturar a essência da natureza e da vida. No caso deste poema, a natureza é substituída pela culinária, mas a abordagem contemplativa ainda está presente.
O poema começa com a palavra "mel", que é associada a algo doce e saboroso. O mel é um alimento natural e muito apreciado em todo o mundo. É usado como adoçante em diversas receitas e é considerado um símbolo de amor e afeto. Ao mencionar o mel logo no início do poema, o autor cria uma atmosfera de indulgência e prazer, como se estivéssemos prestes a saborear algo muito especial.
Em seguida, o autor acrescenta a palavra "chocolate", que é outro ingrediente conhecido por sua doçura e sabor intenso. O chocolate é um alimento muito popular em todo o mundo e está presente em diversas sobremesas e doces. A combinação de mel e chocolate é particularmente saborosa e é frequentemente usada em receitas de bolos e tortas. Ao juntar esses dois elementos, o autor amplifica a ideia de doçura e indulgência, criando uma imagem ainda mais tentadora.
No segundo verso, o autor adiciona um elemento surpreendente: "o melaço do bagaço". O melaço é um líquido escuro e espesso que é produzido a partir da cana-de-açúcar. É usado como adoçante em algumas receitas e também pode ser usado como ingrediente em algumas bebidas alcoólicas. A referência ao bagaço sugere que o autor está falando sobre o processo de produção do açúcar e do melaço, como se estivesse conectado com a terra e com a natureza.
O terceiro verso traz a imagem do "leite queimado". O leite queimado é uma técnica culinária em que o leite é aquecido até queimar, criando um sabor e aroma característicos. É frequentemente usado em receitas de doces, especialmente em pudins e cremes. A combinação do leite queimado com o melaço do bagaço e o chocolate sugere uma mistura complexa de sabores e aromas, criando uma imagem sensorial rica e saborosa.
O último verso, "me faço", é uma espécie de conclusão do poema. Aqui, o autor sugere que ele próprio é feito desses ingredientes deliciosos e que, ao saboreá-los, ele se torna parte deles. É como se a experiência de provar esses sabores fosse tão intensa e envolvente que o autor se torna uma parte deles, como se estivesse
imerso em um momento de prazer e felicidade. Esse verso é uma forma de expressar a conexão entre o autor e os ingredientes mencionados, como se ele estivesse incorporando a doçura e os sabores em si mesmo.
A escolha dos ingredientes mencionados no poema é interessante, pois cada um deles traz uma associação diferente. O mel é associado à natureza e à doçura natural, enquanto o chocolate é associado à indulgência e ao prazer. O melaço do bagaço e o leite queimado, por sua vez, são associados ao processo de produção de alimentos e à ideia de transformação. Juntos, esses ingredientes criam uma imagem complexa e saborosa, que é evocativa e sugestiva.
Além disso, o uso da primeira pessoa no último verso é uma forma de tornar o poema mais pessoal e envolvente. Ao dizer "me faço", o autor sugere que a experiência de saborear esses ingredientes é algo muito pessoal e íntimo, que faz parte de sua própria identidade. Isso torna o poema mais próximo do leitor, pois sugere que todos podemos ter uma conexão pessoal com os sabores e as sensações evocadas pelos ingredientes mencionados.
Por fim, é interessante notar como o poema haicai é capaz de transmitir uma imagem tão rica e complexa com tão poucas palavras. O uso de uma forma poética tão concisa e restritiva é um desafio para o poeta, mas também uma oportunidade de explorar a linguagem de forma mais criativa e eficiente. Nesse sentido, o poema "Do mel do chocolate" é um excelente exemplo de como a simplicidade pode ser expressiva e como a poesia pode ser uma forma de explorar a natureza e a vida de maneira contemplativa e sensível.
Em resumo, o poema haicai "Do mel do chocolate" de Robson Cogo é uma ode à doçura e aos prazeres da vida, que evoca imagens sensoriais ricas e complexas por meio de uma linguagem concisa e restritiva.
É um poema que celebra os pequenos momentos de felicidade e a conexão entre a natureza, a culinária e a experiência humana.
Realmente, escrever um haicai é um desafio para qualquer poeta, pois requer a habilidade de expressar uma ideia complexa em apenas três versos e dezessete sílabas. Mas esse desafio também pode ser uma oportunidade para explorar a criatividade e a sensibilidade poética de maneira mais profunda e significativa.
No caso do poema "Do mel do chocolate", o autor conseguiu transmitir uma imagem vívida e saborosa usando uma linguagem simples e sugestiva. Os ingredientes escolhidos evocam uma série de associações sensoriais e emocionais, desde a doçura natural do mel até a indulgência e o prazer do chocolate. A inclusão do melaço do bagaço e do leite queimado acrescenta uma dimensão de transformação e processo, sugerindo que a culinária é uma forma de arte que envolve trabalho e cuidado.
O uso da primeira pessoa no último verso é uma forma de tornar o poema mais pessoal e envolvente, convidando o leitor a compartilhar a experiência sensorial e emocional do autor. Esse último verso também sugere que a experiência de saborear esses ingredientes não é apenas uma questão de paladar, mas também de identidade e conexão pessoal com a natureza e a culinária.
Em resumo, o haicai "Do mel do chocolate" é um exemplo de como a simplicidade poética pode ser expressiva e evocativa, transmitindo uma imagem rica e complexa usando uma linguagem restritiva. É um convite para saborear os prazeres da vida de maneira contemplativa e sensível, celebrando a conexão entre a natureza, a culinária e a experiência humana.
Foto; Marie Choupinette
Resenha por IA
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