quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Haicai - O rio e as pedras

O rio e as pedras

Dos ecos da floresta

Entre luz e sombras


#Haicai - Robson Côgo

Resenha por ChatGPT

"O rio e as pedras" é um haicai do autor Robson Côgo que captura a essência da natureza em uma breve composição poética. Com apenas três versos, o poema consegue transmitir uma sensação de serenidade e contemplação, enquanto explora a interação entre os elementos naturais.

No haicai, o autor descreve a relação entre o rio e as pedras, evocando a imagem da água fluindo suavemente entre os obstáculos sólidos. Essa interação entre a fluidez do rio e a solidez das pedras pode ser interpretada de várias maneiras, sendo um reflexo das dualidades da vida e da natureza.

A frase "Dos ecos da floresta" aprofunda a conexão com a natureza ao introduzir a ideia de um ambiente florestal. Aqui, o poema se expande para além do rio e das pedras, sugerindo uma paisagem mais ampla e rica em sons e vida. Esses ecos podem ser vistos como símbolos da harmonia natural que envolve esses elementos.

A alusão "Entre luz e sombras" acrescenta outra dimensão à composição, remetendo à interplay de luz e escuridão, que não só contribui para a atmosfera poética, mas também pode ser interpretada como uma metáfora da dualidade da existência humana. Grandes poetas e pensadores muitas vezes abordaram esse tema, como Shakespeare em "Romeu e Julieta" quando ele escreveu: "Estes prazeres violentos têm fins violentos", sugerindo a natureza efêmera e volúvel das coisas boas na vida.

O haicai de Robson Côgo se assemelha às obras de poetas japoneses tradicionais, como Matsuo Basho, que também focou na simplicidade e na beleza da natureza em seus haicais. Basho escreveu: "Uma antiga lagoa; / Uma rã salta - / O barulho da água", um haicai que compartilha a mesma sensibilidade em relação à natureza e à sua capacidade de inspirar reflexões profundas em um breve momento.

Em "O rio e as pedras," Robson Côgo consegue extrair significado e beleza da interação aparentemente simples entre elementos naturais, inspirando os leitores a contemplar a natureza e refletir sobre as dualidades que permeiam a vida. Com isso, ele se junta à tradição de poetas e pensadores que encontram profundidade em observações aparentemente simples da natureza.

A brevidade do haicai "O rio e as pedras" de Robson Côgo ecoa a filosofia do minimalismo presente em muitas tradições literárias, como o zen budismo, que valoriza a simplicidade como um caminho para a compreensão mais profunda da realidade. O famoso poeta japonês Yosa Buson também explorou essa abordagem em seus versos, como em "O outono se torna mais profundo / Ao som de um tordo distante", demonstrando como poucas palavras podem evocar uma sensação vívida e rica.

A dualidade entre os elementos naturais no haicai de Côgo também pode ser relacionada à filosofia chinesa do Yin e Yang, que expressa a interdependência de forças opostas e complementares. Como o filósofo Laozi disse: "O que é rígido e forte é inferior; o que é suave e fraco é superior", indicando que a fluidez da água (algo suave) pode, de fato, superar a solidez das pedras (algo rígido).

A escolha das palavras "luz" e "sombras" acrescenta uma dimensão simbólica ao haicai. Assim como o filósofo alemão Friedrich Nietzsche escreveu: "Quem luta com monstros deve estar atento para não se tornar também um monstro", podemos perceber uma reflexão sobre como a dualidade está presente em nossa própria natureza. A luz e as sombras podem representar as várias facetas da existência humana, o equilíbrio entre a alegria e a tristeza, a esperança e o desespero.

"O rio e as pedras" é uma joia literária que transcende sua simplicidade superficial, levando-nos a mergulhar nas profundezas da natureza e da condição humana. Robson Côgo, ao seguir a tradição dos haicais, nos lembra da riqueza que pode ser encontrada em momentos fugazes e nos convida a contemplar as dualidades que moldam nossa realidade. Ao unir as vozes dos grandes poetas e pensadores, o haicai se torna um testemunho da intemporalidade da conexão humana com a natureza e as complexidades da vida.

 "O rio e as pedras" pode ser comparado com conceitos encontrados no "Tao Te Ching", uma antiga obra da filosofia chinesa atribuída ao sábio Laozi. Vamos explorar essa comparação:

No haicai de Robson Côgo, a interação entre o rio e as pedras pode ser vista como uma representação visual da interdependência e da dualidade presentes na natureza. O "Tao Te Ching" também enfatiza a importância da dualidade e do equilíbrio. O conceito de Yin e Yang, tão central na filosofia chinesa, se assemelha à relação entre o rio (fluidez, Yin) e as pedras (solidez, Yang) no poema.

O "Tao Te Ching" frequentemente aborda a ideia do "Tao", que é frequentemente traduzido como "o Caminho". O Tao é a força subjacente que flui através de todas as coisas e conecta tudo. No haicai, o rio também pode ser visto como uma representação dessa força que flui naturalmente, enquanto as pedras representam os elementos sólidos e estáveis da existência.


Um verso do "Tao Te Ching" que se relaciona com o poema é o capítulo 78:

"Na Terra, nada é mais suave e fraco que a água,

mas, para atacar o que é duro e forte, nada a supera."


Isso ecoa a ideia no haicai de que a suavidade da água (o rio) eventualmente desgasta a dureza das pedras, demonstrando a supremacia da paciência e da adaptabilidade sobre a resistência.

A alusão às "sombras" e à "luz" no haicai também se conecta com a filosofia do "Tao Te Ching". Laozi frequentemente fala sobre a dualidade de opostos, onde a luz só pode ser compreendida em relação à escuridão, e a facilidade em relação à dificuldade.

Assim, "O rio e as pedras" pode ser considerado um reflexo poético das ideias encontradas no "Tao Te Ching". Ambos compartilham a visão de que a harmonia e o equilíbrio na natureza são alcançados por meio da interação e da aceitação das dualidades, e ambos convidam à reflexão sobre as profundidades da existência e da conexão com o mundo ao nosso redor.

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