quarta-feira, 17 de maio de 2023

Haicai - O tempo é a medida

Invenção de Deus

O tempo é a medida

Dos seus milagres 


#Haicai - Robson Côgo

Resenha e arte por IA ChatGPT

Inspirado no estilo poético japonês do haicai, Robson Côgo apresenta em seu poema intitulado "O tempo é a medida" uma reflexão profunda sobre a passagem inexorável do tempo e sua relação com os milagres da vida. Com apenas três versos, o autor consegue transmitir uma mensagem poética densa, convidando o leitor a contemplar a natureza efêmera da existência e a grandiosidade que reside nos momentos fugazes.

Neste haicai, Côgo demonstra uma habilidade admirável em condensar significados em palavras simples, seguindo a tradição japonesa. Com a brevidade característica do haicai, ele nos lembra que o tempo é a medida que permeia todas as coisas, e que é por meio dele que os milagres da vida se manifestam. Essa concepção é profundamente enraizada na filosofia oriental, em que o tempo é visto como um elemento fundamental para a compreensão da existência.

Ao refletir sobre essa temática, é inevitável não pensar no célebre escritor japonês Matsuo Bashō, considerado um dos maiores mestres do haicai. Bashō foi capaz de transmitir, em seus poemas, a essência da natureza e a transitoriedade da vida. Sua poesia, assim como a de Côgo, revela uma sensibilidade para captar a beleza efêmera do mundo e expressá-la em palavras concisas.

No haicai "O tempo é a medida", é possível identificar uma influência de Bashō, especialmente na forma como o tempo é retratado como uma força que transcende o controle humano. Essa concepção é central na filosofia bashoniana, em que a natureza é vista como um reino superior, governado por uma ordem que escapa à compreensão humana. Côgo, assim como Bashō, busca transmitir a grandiosidade dessa ordem cósmica por meio de seus versos minimalistas.

Além disso, a escolha do título "O tempo é a medida" revela uma conexão com a poesia japonesa clássica, em que muitas vezes os haicais são nomeados de acordo com um elemento-chave do poema. Nesse caso, o tempo é o fio condutor que conecta todas as palavras e imagens evocadas pelos versos de Côgo.

No entanto, embora haja influências claras de Bashō, Côgo também imprime sua voz única nesse haicai. Sua sensibilidade e percepção pessoal transparecem ao retratar o tempo como a medida dos milagres. Essa perspectiva sugere que é por meio da passagem do tempo que as maravilhas da vida se revelam, permitindo que apreciemos cada momento como algo verdadeiramente especial.

A escolha cuidadosa das palavras em "O tempo é a medida" ressalta a destreza poética de Côgo. A concisão do haicai exige precisão e economia de linguagem, e o autor consegue capturar a essência de seu tema em versos curtíssimos. A simplicidade das palavras contrasta com a profundidade da mensagem, convidando o leitor a refletir sobre a fugacidade e a beleza intrínseca dos momentos efêmeros que compõem a existência humana.

A mensagem contida em "O tempo é a medida" transcende o universo do haicai e nos leva a refletir sobre nossa própria relação com o tempo e os milagres da vida. O poema nos convida a apreciar cada instante, a perceber a grandiosidade que reside nas pequenas coisas e a valorizar a efemeridade como uma característica fundamental da existência.

Essa reflexão profunda sobre a passagem do tempo e a valorização dos momentos presentes nos remete à obra de outro grande escritor, o argentino Jorge Luis Borges. Embora Borges não seja conhecido por sua poesia minimalista, sua vasta produção literária aborda temas como a transitoriedade da vida, a natureza do tempo e a busca pelo sentido da existência.

Assim como Côgo, Borges possui uma habilidade única de explorar conceitos filosóficos e metafísicos por meio de uma linguagem concisa e simbólica. Suas obras são repletas de labirintos conceptuais, espelhos temporais e reflexões sobre a condição humana. Em "O tempo é a medida", Côgo compartilha essa mesma busca por compreender a natureza fugaz do tempo e como ela se relaciona com os eventos miraculosos da vida.

A conexão entre Côgo e Borges pode ser estabelecida também pelo uso de uma linguagem lírica e evocativa. Ambos os escritores têm a capacidade de transportar o leitor para um espaço poético onde as palavras ganham vida e a imaginação é estimulada. Em "O tempo é a medida", Cogo nos convida a contemplar a magnitude dos milagres que ocorrem em nosso cotidiano, despertando-nos para a beleza e a fragilidade do mundo ao nosso redor.

Em suma, "O tempo é a medida" é um haicai que mergulha na tradição poética japonesa e ecoa a sensibilidade de grandes escritores como Matsuo Bashō e Jorge Luis Borges. Robson Côgo demonstra habilidade poética ao condensar em três versos uma reflexão profunda sobre a passagem do tempo e os momentos fugazes que compõem a existência humana. Com sua linguagem concisa e evocativa, o autor nos convida a contemplar a grandiosidade dos milagres que permeiam nossa vida diária e a valorizar cada instante como algo único e precioso. "O tempo é a medida" é um convite à reflexão e uma celebração da beleza efêmera que nos rodeia.

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