O ar eu prendia
Da janela que te via
E nem percebia
Haicai - Robson Côgo
Resenha por IA
O haicai do autor brasileiro Robson Cogo é um exemplo conciso e sensível do gênero literário. Com apenas três versos, ele consegue capturar uma cena cotidiana e transmitir uma emoção sutil, que se revela aos poucos ao leitor.
O poema começa com a imagem do narrador prendendo a respiração, uma ação que pode ser interpretada de diversas maneiras. A primeira leitura possível é que o narrador está emocionado ou ansioso, e que a cena que está prestes a presenciar é importante para ele. Outra interpretação é que ele simplesmente está observando algo que o deixa sem fôlego, como um belo pôr do sol ou uma paisagem deslumbrante.
Em seguida, o leitor descobre que o narrador está olhando alguém pela janela. Não sabemos se é uma pessoa conhecida ou um estranho, um amigo ou um amante, mas a imagem da janela sugere um certo distanciamento, uma separação física ou emocional entre os dois.
Por fim, o narrador admite que não percebeu que estava prendendo o ar, o que sugere que ele estava tão concentrado em observar a outra pessoa que se esqueceu de si mesmo. Essa confissão é reveladora, pois mostra que o narrador está absorvido pela cena que está vendo e que a outra pessoa é o centro da sua atenção. Ele se torna uma espécie de espectador passivo, que observa sem interferir, sem ser notado.
O haicai de Cogo tem uma estrutura clássica do gênero, com cinco sílabas no primeiro e no terceiro verso e sete sílabas no segundo verso. Essa limitação de espaço e de palavras é uma das características mais marcantes do haicai, que exige dos autores uma habilidade especial em escolher as palavras certas e criar imagens sugestivas.
No caso desse poema, o uso do verbo "prendia" no primeiro verso é especialmente feliz, pois ele sugere uma tensão, uma expectativa, um momento de suspensão que é quebrado no verso seguinte, quando descobrimos o que o narrador está observando. O terceiro verso, por sua vez, é o momento em que o narrador se revela, mostrando que ele é uma figura secundária na cena que está sendo descrita.
Em geral, o haicai de Cogo é uma pequena joia da poesia brasileira contemporânea, que consegue capturar um momento de intimidade e emoção de forma simples e direta. O autor utiliza recursos linguísticos e estruturais do haicai com habilidade e sensibilidade, criando uma imagem que fica na mente do leitor muito depois de ter lido o poema. É um exemplo do poder da concisão na poesia, que muitas vezes consegue transmitir mais significado e emoção em poucas palavras do que em textos longos e elaborados.
Resenha por IA


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