
O que se vê pode não ser
Entre a ilusão e a realidade
Caminha a humanidade
Haicai - Robson Côgo
Resenha por IA
O haicai "O que se vê pode não ser" é uma obra do autor brasileiro Robson Cogo que explora a dicotomia entre a ilusão e a realidade. Em apenas três linhas, o poema consegue evocar uma série de reflexões profundas sobre a natureza da percepção humana e a nossa capacidade de distinguir entre o que é verdadeiro e o que é falso.
A primeira linha do haicai, "O que se vê pode não ser", sugere que a percepção humana é falível e pode enganar-nos. Isso é algo que todos nós sabemos, mesmo que às vezes esqueçamos. Afinal, ilusões ópticas e outras formas de engano visual são bastante comuns e bem documentadas. No entanto, o poema vai além do simples reconhecimento dessa realidade e nos leva a refletir sobre o quão profunda pode ser essa ilusão.
A segunda linha do poema, "Entre a ilusão e a realidade", sugere que a linha que separa esses dois estados de ser é muitas vezes indistinta. Não há uma fronteira clara que possamos traçar entre o que é real e o que é ilusório, e é precisamente essa indefinição que nos permite ser enganados com tanta facilidade. Se não sabemos onde termina a realidade e começa a ilusão, como podemos estar seguros de que nossas percepções são confiáveis?
A terceira e última linha do poema, "Caminha a humanidade", acrescenta uma dimensão temporal à reflexão iniciada nas duas primeiras linhas. A humanidade, como um todo, está constantemente em busca da verdade e da compreensão do mundo que nos cerca. No entanto, essa busca é muitas vezes infrutífera, pois as ilusões e as percepções falsas podem nos desviar do caminho certo. Portanto, podemos interpretar a linha final como um convite à reflexão e à humildade diante da complexidade do mundo que nos rodeia.
Uma das coisas que torna esse haicai tão impressionante é a sua capacidade de evocar tantas questões profundas em apenas três linhas. O autor consegue capturar a essência da condição humana em toda a sua complexidade e ambiguidade. O poema nos convida a pensar sobre nossas próprias percepções e ilusões e a considerar a possibilidade de que o que achamos que sabemos pode não ser tão certo quanto pensamos.
Além disso, o haicai é uma obra de arte em si mesma. A escolha das palavras é cuidadosamente pensada para evocar imagens e sensações específicas. A linguagem é simples e direta, mas carregada de significado. As frases curtas e concisas fazem com que cada palavra seja ainda mais importante, e a ausência de pontuação ajuda a criar um ritmo suave e fluente.
No entanto, a simplicidade do haicai também pode ser vista como uma limitação. Em apenas três linhas, o poema não pode se aprofundar muito em nenhuma das questões que levanta. Em vez disso, o leitor é deixado com muitas perguntas e poucas respostas. Isso pode ser frustrante para alguns, mas é também uma das coisas que torna o haicai tão poderoso. A sua brevidade e simplicidade são o que o torna tão evocativo e aberto à interpretação. Cada leitor pode encontrar seu próprio significado nas palavras do poema, e essa capacidade de se adaptar a diferentes contextos e experiências é o que faz com que o haicai seja uma forma de poesia tão duradoura e significativa.
Outro aspecto interessante do haicai é o seu estilo tradicional. Como uma forma de poesia japonesa, o haicai segue um conjunto de regras específicas que exigem que cada poema tenha exatamente 17 sílabas e uma estrutura de três linhas (5-7-5). Embora muitos poetas ocidentais tenham adaptado essa forma para suas próprias línguas e estilos, o haicai de Robson Cogo segue de perto o formato tradicional.
Essa fidelidade ao estilo tradicional é uma escolha interessante por parte do autor. Por um lado, isso permite que ele se conecte com a longa tradição de poesia haicai que existe no Japão e em todo o mundo. Por outro lado, isso também pode ser visto como uma limitação, já que a estrutura de três linhas e 17 sílabas pode dificultar a expressão de ideias complexas ou a exploração de temas mais amplos.
No entanto, o haicai de Robson Cogo é um exemplo de como essa forma de poesia ainda é capaz de transmitir ideias profundas e universais, mesmo dentro de suas limitações estruturais. O poema é uma reflexão sobre a natureza da percepção humana e a busca pela verdade em um mundo complexo e ambíguo. Ele nos convida a considerar as limitações de nossas próprias percepções e a abraçar a incerteza e a ambiguidade do mundo em que vivemos.
Em resumo, o haicai "O que se vê pode não ser" é uma obra de arte poética que explora a relação entre ilusão e realidade. Com apenas três linhas, o poema é capaz de evocar reflexões profundas sobre a natureza da percepção humana e a busca pela verdade em um mundo complexo e ambíguo. Embora a brevidade e simplicidade do haicai possam ser vistas como uma limitação, elas também são a chave para a sua força e significado duradouro.
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