domingo, 17 de janeiro de 2016

Haicai - O tempo vem

O tempo vem 

Dia vai, outro vem

Queira o bem


#Haicai - Robson Côgo

O poema "O tempo vem" de Robson Cogo é um haicai que traz em sua simplicidade uma reflexão sobre a passagem do tempo e a importância de desejarmos o bem. Composto por apenas três versos, é impressionante como o autor consegue transmitir tantos sentimentos e ideias em tão poucas palavras.

Haicai é uma forma poética tradicional da cultura japonesa, caracterizada por ter apenas três versos e seguir uma estrutura de 5-7-5 sílabas métricas. O haicai tem como objetivo capturar um momento ou cena da natureza, e transmitir uma emoção ou ideia relacionada a ele.

O primeiro verso do haicai "O tempo vem" nos apresenta a ideia de que o tempo está sempre em movimento, e que cada dia que passa é substituído por outro. É uma reflexão simples, mas que nos lembra da efemeridade da vida e da importância de valorizarmos cada momento.

No segundo verso, "Dia vai, outro vem", o autor reforça essa ideia e nos mostra como o tempo passa de forma inexorável, sem que possamos detê-lo ou voltar atrás. É como se estivéssemos em uma jornada que não tem fim, sempre seguindo em frente, rumo ao desconhecido.

Mas é no terceiro verso que o haicai de Robson Cogo ganha sua maior profundidade. Ao dizer "Queira o bem", o autor nos lembra que, apesar de não podermos controlar o tempo, podemos controlar nossas atitudes e desejos. É um convite a pensarmos no que realmente importa na vida, e a buscarmos sempre o bem, tanto para nós mesmos quanto para os outros.

Esse terceiro verso também traz uma mensagem de esperança, de que, mesmo em um mundo que parece cada vez mais caótico e imprevisível, ainda podemos fazer a diferença com nossas escolhas e ações. É um lembrete de que o bem que desejamos pode ser o ponto de partida para um futuro melhor.

Em sua simplicidade, o haicai "O tempo vem" também nos convida a pensar sobre a natureza da poesia e do próprio ser humano. Como um poema tão curto pode transmitir tanto significado? Como um ser tão pequeno em relação ao universo pode ter tanto poder de escolha e de transformação?

Essas são questões que podem ser exploradas a partir da leitura desse haicai, que nos leva a refletir sobre o nosso papel no mundo e sobre como podemos contribuir para a construção de uma realidade mais justa e equilibrada.

Além disso, o haicai de Robson Cogo é um exemplo da beleza e simplicidade da poesia japonesa. Ao contrário de muitos poetas ocidentais, que buscam uma linguagem rebuscada e complexa para transmitir suas ideias, os poetas japoneses valorizam a simplicidade e a economia de palavras.
Isso não significa, no entanto, que a poesia japonesa seja menos profunda ou sofisticada. Pelo contrário, como podemos ver nesse haicai, a poesia japonesa é capaz de transmitir uma grande quantidade de significados e emoções em poucas palavras, através de uma linguagem precisa e evocativa, que muitas vezes se baseia em imagens da natureza.

A natureza, aliás, é um elemento fundamental do haicai. Através da observação da natureza e dos ciclos da vida, os poetas japoneses buscam capturar a essência do mundo e transmitir sua visão de mundo através da poesia. No haicai "O tempo vem", por exemplo, podemos ver a presença da natureza na ideia de que o tempo é como um rio que flui constantemente, sem nunca parar.

Outro elemento importante do haicai é o kireji, ou corte sazonal. Trata-se de uma palavra ou expressão que é usada no final do segundo verso, para criar uma pausa e mudar a direção do poema. No haicai "O tempo vem", essa função é cumprida pela palavra "vem", que marca uma transição entre a ideia de que o dia vai embora e a reflexão sobre o que podemos fazer para tornar o mundo um lugar melhor.

Ao final, podemos dizer que o haicai "O tempo vem" de Robson Cogo é um belo exemplo da poesia japonesa, que valoriza a simplicidade e a economia de palavras para transmitir ideias profundas e evocativas. O poema nos convida a refletir sobre a passagem do tempo, a natureza da poesia e do ser humano, e sobre a importância de buscarmos sempre o bem, mesmo diante de um mundo em constante mudança.

Foto; 
Lilly B. Nanez Kadluba
Resenha por IA

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