terça-feira, 3 de novembro de 2015

Haicai - Na espera pensava

Na espera pensava

Sentimentos de amor

A saudade deixava

#Haicai - Robson Côgo

O haicai é uma forma poética tradicional japonesa que se caracteriza pela concisão e brevidade, com apenas três versos. É uma forma de expressão que exige grande habilidade por parte do poeta, pois requer uma economia de palavras para transmitir uma ideia, uma imagem ou um sentimento.

Robson Cogo é um escritor brasileiro que tem se dedicado a essa forma poética oriental, e "Na espera pensava" é um exemplo de sua habilidade em criar haicais que traduzem sentimentos profundos com simplicidade e elegância.

No haicai em questão, o poeta evoca a ideia da espera e dos sentimentos que ela desperta. O sujeito poético está à espera de alguém ou de algo, e nesse período de tempo ocioso, os seus pensamentos se voltam para o amor e a saudade.

A primeira linha do haicai, "Na espera pensava", é curta e direta, mas evoca imediatamente uma atmosfera de expectativa e impaciência. O sujeito poético está em um estado de espera, de antecipação, e seus pensamentos se voltam para algo ou alguém que ainda não chegou. A segunda linha, "Sentimentos de amor", é mais longa, mas mantém a simplicidade da expressão. Aqui, o poeta introduz o tema do amor, que é um dos mais recorrentes na poesia em geral e no haicai em particular. Mas em vez de elaborar sobre o amor, o poeta apenas o menciona, como se quisesse deixar a imaginação do leitor livre para preencher os detalhes. Finalmente, a terceira linha, "A saudade deixava", encerra o haicai com uma nota de melancolia. A espera, que inicialmente era carregada de expectativa, agora se transforma em saudade, o que sugere que o objeto da espera pode estar distante ou inacessível.

A escolha das palavras é crucial em um haicai, pois cada sílaba conta e deve ser usada com precisão. Nesse sentido, o haicai de Robson Cogo é exemplar, pois ele consegue transmitir uma ideia complexa com apenas quinze sílabas, sem perder a elegância e a sutileza. A espera, o amor e a saudade são temas universais que todos podem reconhecer, mas o poeta os apresenta de maneira única e original, deixando espaço para múltiplas interpretações.

Em termos de técnica poética, o haicai é uma forma muito exigente, pois exige do poeta a capacidade de condensar ideias complexas em um espaço muito limitado. Além disso, o haicai é uma forma que valoriza a observação e a contemplação da natureza, o que muitas vezes se traduz em imagens poéticas que evocam elementos da paisagem japonesa, como flores, montanhas, rios e animais. No entanto, Robson Cogo demonstra que é possível criar haicais em português que capturem a essência dessa forma poética, sem necessariamente seguir todas as suas convenções.

Em resumo, "Na espera pensava" é um haicai de grande delicadeza e sensibilidade, que evoca a experiência humana da espera e da saudade com uma simplicidade poética tocante. O poeta consegue capturar a tensão emocional que acompanha a espera por algo ou alguém que se deseja muito, assim como a sensação de vazio e nostalgia que a saudade traz consigo.

Ao mesmo tempo, o haicai de Robson Cogo é notável por sua concisão e economia de palavras. Cada sílaba é cuidadosamente escolhida para transmitir um significado específico, e a combinação das três linhas resulta em uma imagem poética completa e evocativa. O uso da métrica de 5-7-5 sílabas também confere uma cadência rítmica ao haicai, que o torna ainda mais atraente para o ouvido.

Embora o haicai seja uma forma poética oriental, o poema de Robson Cogo mostra que é possível adaptá-la para a língua e a cultura brasileira, mantendo ao mesmo tempo suas qualidades essenciais. De fato, há uma rica tradição de poesia breve e concisa na literatura brasileira, que pode ser vista em exemplos como os sonetos de Vinicius de Moraes ou as trovas de Carlos Drummond de Andrade.

Em última análise, "Na espera pensava" é um haicai que merece ser apreciado por sua beleza e simplicidade, assim como por sua habilidade em transmitir uma mensagem universal em poucas palavras. O poema de Robson Cogo é um exemplo inspirador da arte poética e um tributo à riqueza e variedade da literatura em língua portuguesa.

Arte; Julianna Fenyvesi
Resenha por IA

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