Realmente se vê
Até o anoitecer
#Haicai - Robson Côgo
O haicai "Quantas vezes" de Robson Cogo é um poema curto e conciso que convida o leitor a refletir sobre a natureza efêmera da vida e das experiências que a compõem. Com apenas três versos, o poema consegue transmitir uma sensação de melancolia e de apreço pela fugacidade do momento presente.
A estrutura do haicai é simples e segue a tradição japonesa, que estabelece que o poema deve ser composto por três versos. No caso deste haicai, o autor segue essa estrutura à risca, o que contribui para a concisão e a simplicidade do poema.
A primeira linha do haicai, "Quantas vezes", é uma pergunta retórica que pode ser interpretada de diferentes maneiras. Pode-se entender que o poema se refere a uma experiência específica que o autor viveu e que o deixou impressionado com a beleza efêmera do mundo. Ou pode-se entender que o poema é uma reflexão mais geral sobre a vida e a morte, sobre a importância de valorizar cada momento, pois eles não se repetem.
Na segunda linha, "Realmente se vê", o autor sugere que a verdadeira experiência de algo só é possível quando se presta atenção plena e se vive o momento presente de forma intensa. É como se o poema dissesse que não basta apenas olhar algo, é preciso realmente vê-lo, sentir sua textura, cheirar seu aroma, ouvir seus sons, saborear seu gosto. É uma chamada para a atenção plena, para a prática da mindfulness, tão importante na cultura oriental.
A terceira linha, "Até o anoitecer", sugere que a experiência é limitada no tempo, que o momento de beleza e encantamento que o autor vivenciou durou apenas até o anoitecer, ou seja, foi fugaz, transitório. Isso não diminui sua importância, pelo contrário, faz com que ele seja ainda mais valioso, pois é único e irrepetível.
A escolha das palavras é cuidadosa e precisa. O uso do advérbio "realmente" na segunda linha reforça a ideia de que a experiência autêntica depende da atenção plena e da intensidade com que se vive o momento. O emprego do advérbio "até" na terceira linha sugere a transitoriedade e a limitação temporal da experiência, sem reduzir sua importância. E o verbo "vê" na segunda linha é polissêmico e pode ser interpretado como uma chamada para enxergar a beleza das coisas de forma mais profunda, não apenas com os olhos físicos, mas com os olhos da alma.
Além disso, o haicai apresenta um contraste interessante entre a pergunta retórica da primeira linha e as duas afirmações das linhas seguintes, como se o autor estivesse afirmando que, apesar de não saber quantas vezes ele realmente viu algo, ele sabe que a experiência autêntica requer atenção plena e que ela é fugaz.
O poema também se insere na tradição poética japonesa, que valoriza a simplicidade e a concisão na expressão, e que tem na observação da natureza e dos ciclos da vida uma das suas principais fontes de inspiração. O haicai é uma forma poética que se originou no Japão no século XVII e que se tornou popular no Ocidente a partir do século XX. Ele busca captar a essência do momento presente, a beleza das coisas simples e a transitoriedade da vida.
No haicai "Quantas vezes", o autor Robson Cogo consegue transmitir, em apenas três versos, uma reflexão profunda sobre a efemeridade da vida e sobre a importância de viver cada momento com intensidade e atenção plena. O poema é um convite para a contemplação, para a busca da beleza nas coisas simples e para a valorização do presente. É uma expressão poética da filosofia oriental, que valoriza a harmonia com a natureza, a simplicidade e a transitoriedade da vida.
Em resumo, o haicai "Quantas vezes" de Robson Cogo é um poema curto, mas profundo, que convida o leitor a refletir sobre a importância de viver cada momento com intensidade e atenção plena, pois eles são únicos e irrepetíveis. Com sua estrutura simples e concisa, o poema expressa uma visão de mundo que valoriza a simplicidade, a harmonia com a natureza e a efemeridade da vida. É uma obra que se insere na tradição poética japonesa e que convida o leitor a buscar a beleza nas coisas simples e a valorizar cada instante da vida.
Arte; Barbara Grodzka.
Resenha por IA
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