Na beira do caisEspero meu amor
Lendo haicais
#Haicai - Robson Côgo
O poema "Na beira do cais" é um haicai escrito pelo autor Robson Cogo, que apresenta uma temática amorosa que é representada pela figura de um sujeito que espera por seu amor à beira do cais enquanto lê haikais. Com apenas três versos, o poema consegue transmitir uma sensação de serenidade e contemplação que é característica do gênero haicai.
O haicai é uma forma poética de origem japonesa que se caracteriza pela brevidade e pela simplicidade. Composto por três versos, o haicai deve seguir uma estrutura silábica de 5-7-5 sílabas e geralmente aborda temas relacionados à natureza e às estações do ano. Além disso, o haicai busca transmitir uma sensação de zen e contemplação que é típica da cultura japonesa.
No caso do poema "Na beira do cais", o autor utiliza a estrutura do haicai para representar uma cena romântica, na qual um sujeito espera por seu amor em um lugar tranquilo e sereno. Ao ler haikais enquanto espera, o sujeito parece buscar uma conexão com a natureza e com a poesia, que podem ajudá-lo a lidar com a ansiedade e a incerteza que acompanham a espera.
O poema começa com a imagem da beira do cais, que sugere um lugar calmo e tranquilo, ideal para contemplação e meditação. A presença do sujeito que espera por seu amor acrescenta uma dimensão emocional ao poema, que passa a representar não apenas um cenário natural, mas também uma espera ansiosa e expectante. A escolha da palavra "espero" no segundo verso reforça essa dimensão emocional, indicando que o sujeito está aguardando algo com ansiedade e impaciência.
No terceiro verso, o autor acrescenta a informação de que o sujeito está lendo haikais enquanto espera. Essa escolha é significativa, pois sugere que o sujeito está buscando uma conexão com a poesia e com a natureza para lidar com seus sentimentos. Além disso, a escolha do haicai como gênero poético é interessante, pois aproxima o poema da tradição japonesa e da cultura zen, reforçando a ideia de que a espera pode ser vista como um momento de contemplação e de conexão com o universo.
Em termos formais, o haicai é bastante bem construído, seguindo a estrutura silábica de 5-7-5 sílabas que é característica do gênero. Além disso, o poema apresenta uma rima sutil entre os versos 1 e 3, que ajuda a criar uma sensação de unidade e harmonia entre as imagens evocadas. A escolha das palavras é precisa e econômica, contribuindo para a simplicidade e a clareza do poema.
No entanto, uma crítica que pode ser feita ao poema é que ele apresenta uma certa previsibilidade e falta de originalidade em relação a outros haicais que abordam temas semelhantes. A ideia da espera amorosa à beira do cais é uma imagem bastante comum na poesia e na cultura popular e pode parecer um pouco clichê ou estereotipada. Além disso, a escolha de ler haikais enquanto espera pode ser vista como uma escolha óbvia e esperada em um poema haicai, o que pode reduzir a originalidade do texto.
Por outro lado, é importante ressaltar que o haicai não busca necessariamente inovar ou surpreender o leitor com imagens inéditas ou com soluções poéticas elaboradas. Ao contrário, o haicai valoriza a simplicidade, a objetividade e a precisão na escolha das palavras e das imagens, buscando transmitir uma sensação de calma, equilíbrio e harmonia. Nesse sentido, o poema "Na beira do cais" cumpre muito bem as expectativas do gênero, apresentando uma cena poética simples e evocativa que convida o leitor a compartilhar da serenidade e da beleza do momento retratado.
Outro aspecto interessante do poema é a forma como ele articula a temática amorosa com a tradição japonesa da poesia haicai. A escolha de um cenário natural e sereno como a beira do cais, aliada à leitura de haikais, sugere uma busca por uma conexão com a natureza e com a cultura japonesa que pode ser vista como uma forma de transcender as fronteiras do tempo e do espaço. Nesse sentido, o poema pode ser lido como uma evocação do poder da poesia e da arte para unir culturas e tempos distintos em um mesmo instante de contemplação e de beleza.
Em termos técnicos, o poema apresenta uma estrutura silábica regular e uma rima sutil entre os versos 1 e 3, o que contribui para criar uma sensação de harmonia e de unidade entre as imagens evocadas. A escolha das palavras é precisa e econômica, evitando qualquer excesso ou redundância que possa prejudicar a fluidez do texto. Além disso, o poema apresenta uma clareza e uma objetividade que são características do gênero haicai, valorizando a brevidade e a concisão na expressão poética.
Em conclusão, o poema "Na beira do cais" de Robson Cogo é um haicai simples e evocativo que retrata uma cena amorosa à beira do cais, em que o sujeito espera por seu amor enquanto lê haikais. Com apenas três versos, o poema consegue transmitir uma sensação de serenidade e de contemplação que é característica do gênero haicai, além de estabelecer uma conexão com a tradição japonesa da poesia e da cultura zen. Embora possa parecer um pouco previsível ou clichê em relação a outros haicais que abordam temas semelhantes, o poema apresenta uma forma precisa e econômica, contribuindo para a clareza e a objetividade da expressão poética.
Foto; Vladimir Volegov
Resenha por IA
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