O haicai "Enquanto balançava" do autor Robson Cogo, é uma pequena jóia da poesia japonesa, que expressa de forma delicada e intimista os sentimentos do eu-lírico ao observar o seu amor declamando versos enquanto balança. Com apenas três versos, o poema consegue transmitir uma atmosfera poética e contemplativa, que convida o leitor a imaginar a cena descrita e refletir sobre a natureza do amor e da poesia.
O primeiro verso, "Enquanto balançava", sugere uma cena de movimento, de alguém que está se balançando em algum lugar. A imagem evocada é simples e ao mesmo tempo sugestiva, pois o balanço pode ser visto como uma metáfora para o movimento da vida, que segue seu curso de forma inexorável. O balanço também pode ser visto como um símbolo da infância, uma época em que a vida parecia mais simples e despreocupada.
No segundo verso, "O meu amor declamava", a atenção é deslocada do balanço para o amor que declama versos. A palavra "amor" é ambígua, podendo referir-se tanto ao sentimento do eu-lírico quanto à pessoa amada. O verbo "declamar" sugere uma cena de intimidade e cumplicidade, em que o amor compartilha com o eu-lírico algo que é importante para ele. A escolha dos versos também é significativa, pois revela algo sobre a personalidade e os gostos do amor.
No último verso, "Os versos que amava", há uma síntese dos dois primeiros versos, em que a imagem do balanço se funde com a imagem do amor que declama versos. O uso da palavra "amava" sugere uma nostalgia, um olhar para o passado, para um momento em que os versos eram importantes para o amor. O poema termina de forma aberta, deixando ao leitor a tarefa de imaginar o desfecho da cena descrita.
Em suma, "Enquanto balançava" é um haicai que encerra em si mesmo uma visão poética do amor e da vida. Com sua simplicidade e brevidade, o poema convida o leitor a olhar para o mundo com olhos novos, a descobrir a beleza nas pequenas coisas do cotidiano e a refletir sobre a efemeridade da vida e a importância dos afetos. Robson Cogo é um autor talentoso que consegue, em poucas palavras, transmitir uma grande profundidade de sentimentos e pensamentos, revelando assim o poder e a beleza da poesia haicai.
O haicai, como forma poética, tem suas raízes na cultura japonesa e é conhecido por sua simplicidade e brevidade. É uma forma poética que busca capturar a essência das coisas e das experiências, com poucos elementos e uma linguagem simples, mas sugestiva. Em apenas três versos, o haicai consegue transmitir uma imagem, uma emoção ou uma ideia, convidando o leitor a imaginar, a sentir e a refletir sobre a vida e o mundo.
No caso do haicai "Enquanto balançava", a escolha das palavras e a disposição dos versos são especialmente felizes, pois conseguem criar uma atmosfera de intimidade e contemplação, que envolve o leitor desde o início. A imagem do balanço, por exemplo, é uma imagem que remete à infância, à inocência e à liberdade, e que pode ser vista como um contraponto à vida adulta, com suas preocupações e responsabilidades.
Já a imagem do amor declamando versos enquanto balança é uma imagem que sugere cumplicidade, admiração e respeito mútuos. O amor, nesse caso, não é visto como um sentimento egoísta ou possessivo, mas como algo que se compartilha, que se doa, que se valoriza. Os versos, por sua vez, são vistos como algo que tem valor em si mesmo, como algo que transcende o tempo e as circunstâncias, e que pode ser apreciado e valorizado por aqueles que sabem apreciar a beleza e a profundidade da poesia.
Ao final, o haicai deixa ao leitor a tarefa de imaginar o desfecho da cena descrita, o que pode ser visto como um convite à reflexão e à imaginação. O leitor pode imaginar que o amor e o eu-lírico se abraçam, que continuam a conversar, que se beijam ou simplesmente que se olham com admiração e respeito. O importante é que o haicai, com sua linguagem sugestiva e sua brevidade, consegue despertar no leitor uma série de emoções e pensamentos, que o levam a refletir sobre a natureza do amor, da poesia e da vida.
Em suma, "Enquanto balançava" é um haicai que, apesar de sua simplicidade, consegue transmitir uma grande profundidade de sentimentos e ideias. Robson Cogo, o autor do poema, demonstra seu talento em criar imagens e situações que capturam a essência da vida e da poesia, revelando assim o poder e a beleza da forma poética do haicai. O poema é um convite à contemplação e à reflexão, e pode ser apreciado por todos aqueles que valorizam a simplicidade e a beleza das coisas da vida.